O Desafio da Gestão na Advocacia Tradicional
Na maioria dos escritórios de advocacia, especialmente os pequenos e médios, a gestão ainda é um desafio. De fato, não por falta de talento jurídico, mas porque, historicamente, a advocacia nunca foi tratada como negócio no sentido corporativo. Como resultado, isso gera um vácuo: advogados extremamente técnicos, mas sem estrutura física, operacional, financeira ou empresarial para sustentar o crescimento.
A Advocacia como Negócio: A Visão do W Mendes
O W Mendes Advocacia nasceu desse cenário. Fundado por Waldemberg Mendes dos Santos Vasconcelos, que acumulou experiência no setor público e privado durante 15 anos, o escritório foi idealizado com uma missão clara: “Proporcionar aos clientes liberdade dos problemas jurídicos”. A partir de 2022, Waldemberg decidiu aplicar ao seu trabalho jurídico uma metodologia empresarial, algo raro no setor. Assim, buscou transformar a advocacia em uma organização estruturada. Para isso, passou por programas como o G4 Educação e pelo renomado DCC da Dale Carnegie, conhecido como o principal programa mundial de comunicação.
Ao abrir o escritório, percebeu que ser bom tecnicamente não bastava. Era preciso, igualmente, ser gestor. O mito de que a advocacia não comporta uma gestão corporativa cai por terra quando entendemos que nem todo investimento é financeiro. Afinal, capacitação, estratégia e visão de negócios são recursos igualmente decisivos para o crescimento e, principalmente, para a sobrevida no mercado.
A Solitária Jornada do Advogado-Empresário
Buscando referências, Waldemberg ingressou em diversos programas de gestão e desenvolveu um método adaptado à realidade jurídica como setor empresarial. Desse modo, descobriu que um advogado que deseja deixar um legado precisa dominar tanto a técnica quanto a liderança. Contudo, a trajetória é árdua. No início, o advogado-empresário acumula funções — do atendimento ao cliente à gestão financeira, passando pela administração do escritório e pela prática processual. Sem dúvida, é uma rotina solitária e desgastante.
O desafio é ainda maior para quem não tem nome no mercado. Foi nesse contexto que, ao deixar um cargo público que ocupava há quase uma década, Waldemberg decidiu encarar a advocacia como uma verdadeira batalha. Por isso, a jornada exigiu disciplina, estratégia e resiliência para se manter no mercado como um escritório tributário de resultados.
O Ponto de Virada: A Gestão Focada em Pessoas
Com tais metodologias, ele buscou aplicar a gestão no escritório e, conjuntamente, aos seus clientes. Como resultado, esse fato desencadeou seu primeiro sucesso ao assumir a Assessoria Jurídica da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Pernambuco. Nesse sentido, aplicou a gestão aos diversos associados que assessora atualmente.
O ponto de virada veio com uma constatação: escritórios não sobrevivem sem pessoas, e retê-las é o maior desafio. Portanto, a solução não foi apenas contratar, mas sim criar uma estrutura de coordenação focada em gestão de pessoas — e não apenas de processos.
A partir disso, a engrenagem começou a girar. No entanto, diferentemente de um motor, onde basta óleo para eliminar a ferrugem, na engrenagem humana o “lubrificante” é a comunicação e o diálogo aberto. Além disso, não adianta contratar um gestor se o próprio líder não é capaz de liderar. Dessa forma, a metodologia precisa ser adaptada à identidade do escritório, considerando área de atuação, perfil de clientes e cultura interna.
A Receita para o Crescimento Sustentável
O erro mais comum é colocar o lucro acima das pessoas. Consequentemente, é aí que o crescimento trava. Na verdade, o “feijão com arroz bem feito” da advocacia como empresa é a criação de uma base forte com: ambiente saudável, estrutura adequada e confortável, remuneração justa, comunicação impecável, transparência com a equipe e com os clientes, harmonia interna e, sobretudo, humanidade.
O home office pode ser útil. Contudo, não deve ser usado para se esconder de quem somos, evitar o contato humano ou apenas trazer comodidade e economia aos escritórios. Afinal, os clientes precisam de contato, de se sentirem pessoas, de atenção e de sentir a liberdade quando nos entregam um problema.
Liderança com Empatia: A Chave para Resultados
Resultados consistentes vêm de equipes motivadas que realizam grandes feitos em conjunto, compartilhando seus propósitos de vida. Porém, elas precisam ser lideradas por gestores que compreendem sonhos, respeitam pessoas e atuam com empatia.
Para Waldemberg, ser advogado empresário é, acima de tudo, também ser gestor de pessoas e sonhos. Assim, quando essa mentalidade é incorporada, a advocacia finalmente cumpre seu papel de libertar o cliente de seus problemas jurídicos. Isso deve ser feito de forma técnica, estratégica e humana, desempenhando dessa forma o brilhante papel social de ser indispensável à administração da justiça.

Revista Paradigma Jurídico Ed. IV págs. 98/99 – Agosto 2025.





