O sonho de criar um ambiente acolhedor para os pernambucanos em solo português foi o ponto de partida para a criação do Instituto Pernambuco-Porto. O desejo de estimular práticas de generosidade mútua entre brasileiros e lusitanos alimentou o fôlego durante a longa caminhada. O que já foi quimera hoje é concreto: nasceu em julho de 2022 um ponto de intersecção, com propósito focado nas conexões e aproximação entre as duas nações.
A missão deste projeto é fomentar a troca do que temos de melhor e mais genuíno. Nesta via de mão dupla entre portugueses e brasileiros, vamos enaltecer valores, potencialidades, talentos e raízes. Como diria o mestre Gilberto Freyre, no seu Manifesto Regionalista: “No Nordeste, quem se aproxima do povo desce a raízes e a fontes de vida, de cultura e das artes regionais. Quem se chega ao povo está entre mestres e se torna aprendiz”.
Recorremos à riqueza e ao talento dos mestres artesãos pernambucanos para, já no corte das fitas deste IPPB, termos uma estreia ilustrada pela exposição do seu acervo permanente, em que a protagonista é a arte popular. Uma montagem com narrativa que imprime e retrata a força da nossa identidade e diversidade cultural.
A mostra em cartaz foi especialmente pensada para a inauguração do Instituto Pernambuco-Porto. Através das peças e da narrativa construída pelo seu curso, é possível contemplar a arte que brota do talento, capaz de transformar matérias-primas regionais e cotidianas em obras de arte. Um recorte, com curadoria da arquiteta Roberta Borsoi, que reúne peças de artistas populares exponenciais pernambucanos e imagens do fotógrafo Fred Jordão. Trata-se da seleção especial de artesanato e registros do processo criativo dos mestres artesãos em suas regiões, do litoral ao Sertão de Pernambuco.
Por fim, estamos felizes em receber todos os visitantes, que são a alma que preenche este espaço. Afinal, ainda citando Gilberto Freyre, “Sem um fim social, o saber será a maior das futilidades”. E como bem disse Ariano Suassuna: “Arte é missão, vocação e festa”. Como disse meu pai, o grande idealizador desse projeto /sonho e que foi incansável na sua edificação, na ocasião da inauguração: “Entrai-vos todos, a casa é vossa”