Jurídico

Carlos Queiroz – Case de sucesso

Por Manu Asfora | Foto Bruno Castanha

Apaixonado pelo mar e pelo mundo artístico, amante da natureza, defensor da sustentabilidade e da responsabilidade social, apelidado de ‘o cara do compliance’ e ‘o velho do mangue’ e autor de livros e artigos jurídicos sobre compliance, Carlos Alberto Bezerra de Queiroz Filho (49), que hoje é advogado, começou sua carreira no ramo jurídico por acidente, como brinca. 

Pai de Raphael (30), Maria Eduarda (28) e Carlos Gabriel e Maria Vitória (gêmeos 9 anos), iniciou sua trajetória profissional no âmbito tecnológico. Foi só aos 36 anos de idade que Carlos Queiroz começou a atuar como advogado. Revela que decidiu pivotar sua carreira porque, além de gostar do tema, foi influenciado por sua esposa, a promotora de justiça Andréa Karla Reinaldo, descrita por Queiroz como uma das culpadas por ele ter se tornado advogado e como defensora ferrenha dos animais e dos direitos humanos. O casal, inclusive, têm quatro cachorros, todos adotados. 

Outro fato importante para a decisão de mudança de carreira foi também a assistência que já prestava na área de informática para escritórios de advocacia e ao cartório de Igarassu. Chegou a ser gerente de informática do escritório ADC Advogados, mesmo escritório em que, depois do ingresso ao mundo jurídico, conquistou a posição de sócio. O advogado tem um lema, parafraseando o compositor Lenine, que diz que para saber um caminho de rocha, deve-se ir na fonte. Em relação ao êxito de sua atuação no mundo jurídico, Queiroz cita como fonte no direito empresarial a ADC Advogados e em ética e conformidade o cartório de Igarassu, que, segundo o advogado, “sempre tratou ética em primeiro plano desde a década de 90”. Já no direito penal, sua fonte foi o advogado Bóris Trindade, a quem admira muito. O caminho de rocha, como diz Carlos, foi devido a essas fontes, como explica: “Eu consegui unir o direito empresarial de excelência da ADC com a advocacia penal de excelência de Bóris Trindade. Então essa masterização, como fala Murilo Gun, eu acho que me deu o que sou hoje”. 

Hoje Queiroz tem seu próprio escritório de advocacia, Carlos Queiroz Advogados, e embora tenha vivido quase meio século, qualquer um que converse com ele percebe que sua alma é ainda mais jovem que sua idade. Por sinal, o quadro societário da Carlos Queiroz Advogados é composto pelo próprio Carlos e por mais três sócios que têm praticamente metade de sua idade. Considera a situação “fantástica”, como descreve: “Um sócio de 25 anos tem poucos inputs, mas se ele tiver energia e dedicação, ele pega os inputs de uma pessoa de 50 anos e inova. Então essa masterização é a receita da inovação e a receita do sucesso.” Como lida com empresas já existentes e empresas recém criadas, Queiroz afirma que esse posicionamento é vantajoso, pois, por ter uma visão holística e um pensamento sistêmico, é capaz de resolver os problemas e dar soluções para os novos negócios, além dos negócios já existentes.

O advogado atua com mais ênfase no ramo de compliance e ética através da CR3 Compliance & Results. Especialista no tema, afirma que o programa de conformidade não pode gerar custos para a empresa e, se gerar, está sendo feito de maneira errada. Tal programa tem que gerar valor para a empresa. Explica ainda que não é fácil construir uma cultura de integridade dentro de uma empresa, mas que ela deve ser construída desde o primeiro dia. “Envolve muito mais a cultura das pessoas do que os procedimentos. Inclusive hoje a gente está em uma fase onde o mais importante é a cultura da conformidade e não os procedimentos”, relata. Alerta ainda que advogado, exceto que seja formado em gestão, não tem competência para implementar programas de conformidade. Para ele, quem tem são os gestores. Na CR3, conta com um sócio que tem 30 anos na área de gestão e que é consultor do Banco Mundial há 20 anos. 

‘O velho do mangue’ afirma que a sua definição de sucesso é viver em harmonia. Como aquariano, que é um eterno sonhador e toca vários projetos ao mesmo tempo, Queiroz atua em outras áreas fora da advocacia. Amante da natureza, preocupado com a preservação do mangue e a vivência em harmonia, decidiu agir no Rio Timbó, uma de suas paixões, como explica: “Sou chamado do velho do mangue porque eu gosto de estar no mangue, na lama. Eu sou apaixonado pelo Rio Timbó e estou conseguindo construir um sonho com o Vila Pier Gourmet, que é um projeto 100% sustentável. Lá eu tenho um projeto chamado Museu do Caranguejo Vivo, que é um projeto para dar aula, preservar e criar mudas de mangue e estou fundando uma ONG chamada Caranguejo Vivo, porque eu acho que toda empresa tem que ter uma responsabilidade social. E se eu estou inserido em um paraíso, eu tenho um compromisso ainda maior. Eu criei o Vila Pier Gourmet, onde de um lado está uma rua e do outro, um restinho de mangue, não só para preservar essa área, mas para que o exemplo seja replicado em outros empreendimentos. Todo material produzido pelo museu será compartilhado de forma gratuita para qualquer empreendedor do Brasil. O que eu gastar, o que eu conseguir de aporte, vai ser compartilhado de forma gratuita”, comp

“Eu consegui unir o direito empresarial de excelência da ADC com a advocacia penal de excelência de Bóris Trindade. Então essa masterização, como fala Murilo Gun, eu acho que me deu o que sou hoje.”

Para Queiroz, o advogado não tem competência para implementar um programa de compliance. Segundo ele, isso é tarefa dos profissionais de gestão, como aduz: “Advogado, exceto que seja formado em gestão, não tem competência para implementar programas de conformidade. Quem tem são os gestores. Eu tenho um sócio na CR3 que tem 30 anos na área de gestão e que é consultor do Banco Mundial há vinte anos”. 

Manu Asfora
Publicitária com especialidade em conectar marcas a pessoas, é a responsável pelo sucesso editorial que confere a Paradigma Jurídico o título de líder do setor editorial jurídico impresso em Pernambuco.

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