A imagem icônica de mulheres queimando sutiãs em 1968 representa um marco na luta por igualdade de gênero. Esse ato simbólico, que transcendeu fronteiras, simbolizava a busca por liberdade, autonomia e o direito de definir os próprios destinos. No entanto, a luta feminista é muito mais complexa e abrangente do que um simples gesto.
As reverberações daquela chama se espalharam pelo mundo, inspirando mulheres a questionarem suas realidades e a lutarem por seus direitos. No Brasil, o movimento feminista também ganhou força, com mulheres se organizando em grupos e realizando manifestações. A década de 1970 foi marcada por grandes avanços, como a conquista do direito ao divórcio e a luta pela legalização do aborto.
Hoje, em pleno século XXI, a luta feminina continua. No entanto, os desafios se apresentam de forma diferente. A batalha agora é por igualdade salarial, representatividade política, fim da violência de gênero e direito ao próprio corpo. As mulheres conquistaram muitos espaços, mas ainda enfrentam barreiras sistêmicas que as impedem de alcançar a plena igualdade.
Um aspecto fundamental da luta feminista contemporânea é a interseccionalidade. Essa perspectiva reconhece que as opressões não são isoladas, mas se cruzam e se intensificam. Mulheres negras, indígenas, LGBTQIA+ e com deficiência, por exemplo, enfrentam múltiplas formas de discriminação e exclusão. A interseccionalidade nos convida a olhar para as desigualdades de forma mais complexa e a construir um movimento feminista que inclua todas as mulheres.
A educação é uma ferramenta fundamental para construir uma sociedade mais justa e igualitária. Ao promover a igualdade de oportunidades e o acesso ao conhecimento, a educação empodera as mulheres e as prepara para enfrentar os desafios do mundo do trabalho. Além disso, a educação é essencial para desconstruir estereótipos de gênero e promover uma cultura de respeito e igualdade.
Ao longo da história, inúmeras mulheres se destacaram por sua luta e sua coragem. Mulheres como Malala Yousafzai, que luta pelo direito à educação de meninas no Paquistão; Greta Thunberg, que mobiliza jovens em todo o mundo pela causa ambiental; e Angela Davis, ícone da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. Elas são apenas algumas das muitas mulheres que inspiram e motivam novas gerações a seguirem em frente.
Elas são verdadeiras heroínas, mas a minha maior inspiração sempre foi a minha mãe. Ela me mostrou como conciliar a luta por direitos com a doçura e a feminilidade. Ensinou a ter voz, a defender minhas ideias e a buscar meus objetivos com determinação, mas sempre com respeito e empatia. A força e a determinação com que ela enfrentou a vida me mostraram que é possível alcançar qualquer objetivo, sem abrir mão da nossa feminilidade. A sabedoria que ela me transmitiu me guia até hoje em minhas lutas e me inspirou a ser uma mulher forte, resiliente e capaz de superar qualquer obstáculo.
A pergunta que intitula este texto não tem uma resposta única. A luta feminista evoluiu e se diversificou, e as formas de expressão e resistência se adaptaram aos novos tempos. Mas a chama da revolução feminina continua acesa, manifestando-se em diversas frentes.
Hoje, as mulheres queimariam sutiãs de forma metafórica, desafiando padrões de beleza, quebrando barreiras profissionais, denunciando a violência de gênero e lutando por uma sociedade mais justa e igualitária. A luta continua, mas a cada conquista, a chama se fortalece, inspirando novas gerações a seguirem o caminho da igualdade.
O legado das mulheres que queimaram sutiãs em 1968 é um lembrete de que a luta por direitos nunca termina. É preciso continuar a desafiar o status quo, a denunciar as desigualdades e a inspirar outras mulheres a se unirem nessa jornada. A construção de um futuro mais justo e igualitário depende da ação de todas e todos.
E você, qual a sua chama?