O Don Juan é aquele homem emocionalmente imaturo, cujo perfil é narcisista e busca a figura da mãe em cada mulher que seduz. Depois de conquistado, seu amor esfria e ele não se entrega por não conseguir manter essa relação inconscientemente incestuosa, ou seja, não consegue estabelecer um vínculo amoroso duradouro, de parceria.
Dessa forma, acabam por viver repetidamente nesse loop de – busca e abandono – que vai de uma feroz e ardente sedução para a dificuldade de entrega e parcial desinteresse. Aqui toda aventura amorosa começa com desejo e paixão e termina com desinteresse e frustração.
O fenômeno Don Jun pode ser explicado também através dos níveis hormonais de vasopressina. Esse tipo de personalidade apresenta um déficit desse hormônio em seu organismo. Assim como a ocitocina, são hormônios responsáveis por sentimentos de fidelidade, confiança e coesão. Concluímos assim que esse sujeito possui níveis baixíssimos dessas substâncias em seu organismo.
Existem várias pontuações psicanalistas para essa patologia, entretanto podemos dizer que o Don Juan é um viciado. E como todo viciado, após seu choque de estímulo e posterior embotamento afetivo, sai novamente em busca de mais uma dose, ou seja, de mais um amor. Simbolicamente falando, ele está preso na fantasia edipiana de ser o alvo da paixão materna. Aqui temos uma psique extremamente frágil, incapaz de ultrapassar a mãe. Para essa personalidade, a mulher se apresenta no papel da “tentação” a qual ele tem dificuldade de resistir. E é exatamente aqui que encontramos a maior dificuldade dessa patologia, o sujeito não consegue decifrar os “sinais do seu chamado”. Essa personalidade está presa em suas amarras egóicas.





