Por Alessandra Remigio*
A partir da observação da sociedade atual e de sua desenfreada busca pela “felicidade a qualquer preço”, (aparentemente “vendida” nas várias promessas que o mundo contemporâneo oferece) abordamos esse tema que vem com a proposta de compreender a demanda de felicidade na contemporaneidade, questionando se essa surge diante da falta como uma possibilidade ou como uma obrigação que vem representar os sofrimentos como “sintomas contemporâneos”, fazendo um paralelo aos estudos à luz da psicanálise que busca compreender as vicissitudes e exigências do mundo contemporâneo.
Questiona-se, também, até onde a mídia, a publicidade e a sociedade, fazem um papel de apresentar objetos significativos para que o sujeito os reconheça como fundamentais, para alcançar a tal “felicidade”. No dizer de Roudinesco (1998), “é o que remete a uma linguagem distorcida em uma representação psíquica do som ou imagem acústica na sua nomeação simbólica” (p.708). Isso ocorreria no sentido de impor regras para todos, como uma receita de bolo e, quem dela não se utiliza, fica fora do ideal de “ser feliz”. Este papel de consumo, então, parece colocar-se a serviço de preencher um vazio, não sobrando ao homem, muitas vezes, tempo para pensar e se questionar nas suas necessidades e ideais de felicidade.
Na psicanálise, é possível perceber a contribuição de Freud (1824) sobre a felicidade, e pode ser vista como ponto de partida para uma possível constituição da busca do prazer, que hoje tenta se compreender na necessidade de ser feliz e de ser aceito pela sociedade. Sociedade esta que faz o ser humano se sentir culpado por não conseguir atingir as expectativas da civilização, assim, estabelecendo-se um grande mal estar social.
Nesse sentido, o estudo, buscará discutir algumas causas e possibilidades de caminhos que tragam um melhor bem estar social, ao se compreender este fenômeno da “felicidade” que tanto surge como “ideal” na contemporaneidade. Observa-se assim, que ao mesmo tempo em que há uma busca desenfreada pela felicidade, identifica-se um desamparo angustiante de ansiedade que retrata nas pessoas a infelicidade por não conseguir atingir tais ideais diante do desamparo humano.
Hoje, a humanidade apresenta demandas subjetivas do sofrimento humano por não conseguir atingir a tão desejada “felicidade”, manifestando e desenvolvendo sintomas psíquicos através das exigências emitida pela mídia, que acarreta um impacto nas pessoas um sofrimento e transtornos de ansiedade, que se apresentam nas representações de sofrimentos psíquicos e muitas vezes o aprisionamento dos medos e angústias que chegam à morte e suicídio.
*ALESSANDRA REMIGIO DE FARIAS ANDRADE, graduada de Psicologia, pós graduada em Intervenções Clínicas Psicanalíticas pela FAFIRE, em Transtornos Alimentares, Obesidades e Cirurgias Bariátricas pela Faculdade UNYLEYA e em Analise do Comportamento (ABA) e Desenvolvimento Atípico pela Faculdade FAVENI. Atualmente Psicóloga Clínica e Empresária da Clínica Humanamente Psicologia.