Recife possui vocação internacional ímpar e de destaque perante as capitais do Norte-Nordeste. Cultivamos tal herança deste o célebre abolicionista e primeiro embaixador, Joaquim Nabuco. Hoje, dos 43 consulados em Pernambuco, temos o interesse de ampliar a presença do cenário internacional no Estado como alavanca de progresso socioeconômico. Está na nossa capital o ERENE – Escritório de Representação no Nordeste do Itamaraty – além da própria APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações). Também é nosso propósito gerar sinergia entre empresariado, sociedade civil e poderes públicos para promover missões empresariais e rodadas de negócios com a FIEPE/CIN. A mensagem é clara e o dever de casa agora precisa ser feito de forma integrada e inteligente.
Neste sentido, destaca-se a República de Malta, país-membro da União Europeia desde 2004 que instalou seu consulado em Recife em dezembro de 2010. Malta promove os objetivos da Convenção de Viena sobre Relações Consulares (CVRC) de 1963: prestar assistência aos cidadãos malteses; informar sobre aspectos dos dois países nos campos político, social, jurídico-diplomático, científico, cultural, turístico, econômico-comercial; proteger os interesses de Malta, além de representar o país, gerando o fomento empresarial e os investimentos externos.
A diplomacia consular está em sintonia com os clusters estaduais, integrando o polo gesseiro, a bacia leiteira, o polo moveleiro, o polo graniteiro, o polo farmacoquímico e o polo automobilístico além da ilha de excelência 4.0 do Porto Digital/CESAR, fortalecendo a Aliança Consular do Nordeste – nossa rede integradora.
Infelizmente, ainda somos tímidos com relação ao mercado externo. Precisamos mudar tal realidade. Busquemos a esfera externa como centro das ações empresariais do Leão do Norte. O mercado estrangeiro deve ser crucial para estratégias econômicas do tecido produtivo. Há vantagens competitivas para o escoamento da produção estadual: isenção tributária para exportações e inteligência de mercado no âmbito consular.
Os desafios e o dever de casa estão postos. Precisa que estejamos atentos e proativos. E mais: façamos a ponte entre o cenário internacional e o ecossistema local, com vistas aos novos horizontes promissores do Estado. Tragamos, portanto, o processo de globalização produtiva para perto da nossa realidade hoje.