Passamos por uma pandemia difícil, que nos afastou das pessoas, que trouxe mais desempregos, mas que potencializou o uso de computadores, vídeo games e celulares.
Nesse período incerto, o mundo dos gamers apareceu e tomou o espaço que estava disponível.
O mercado gamer, que já é maior que a música e o cinema juntos, passou a ser visto de maneira diferente e se tornou bem quisto, deixando de ser “apenas um joguinho”!
O segmento gamer, mais específico o eSports, já passou a ser, para muitos, o novo sonho do Brasileiro: Ser jogador profissional de eSports.
Vamos combinar que é fácil querer ser profissional nesta área, um mundo onde “tudo” é possível, mas a verdade é um pouquinho diferente dessas palavras bonitas.
Na atualidade, o segmento gamer cresce de maneira exponencial, esse ano deve movimentar mais de U$200 bilhões. Mais uma vez um atrativo de fácil convencimento.
De acordo com a Newzoo, eSports na sua particularidade, contou com uma movimentação de mais de U$ 1 bilhão em 2021, com projeção de até U$ 1.6 bilhões até 2024.
A pergunta é: Será o eSports o novo sonho dos “Brasileirinhos”? (Brasileirinhos que é a maneira carinhosa que o Gaules, o Streamer mais assistido do Brasil em 2021, chama seus seguidores)
– Curiosidade: Gaules bateu recorde no Brasil colocando mais de 710 mil pessoas ao vivo em sua Live na plataforma Twitch.
Chegar ao patamar do Gaules não é fácil, é necessário dedicação, aceitação do público e entendimento que, como qualquer outro trabalho, fazer Live não é um passatempo ou brincadeira.
A mesma coisa acontece, ou deveria acontecer, com aqueles que desejam viver a tão sonhada vida de jogador profissional de eSports.
O eSports por sua vez, ainda em amadurecimento, provoca falhas como oportunidades precoces e a ausência de assessoria especializada.
É muito comum você ser um jogador que se destaca e é convidado a representar uma organização.
Até aí tudo certo, porém é nesse momento que o problema começa a existir. A euforia do momento, do convite, da oportunidade, do reconhecimento, muitas vezes cega o jogador e os familiares e é aí que o sonho passa a se tornar pesadelo.
Muitos se dizem profissionais de eSportes ou porque jogam bem, ou porque são “verificados” nas respectivas plataformas dos seus jogos, ou até mesmo por, de fato, já fazerem parte de alguma organização e terem seus contratos assinados.
O grande vilão da história é que querer ser profissional é uma coisa, se profissionalizar é outra.
Contratos leoninos, propostas “indecentes”, benefícios não acordados, esses são alguns dos problemas que os jogadores passam no começo das suas, tão sonhadas, carreiras.
O processo de profissionalização pode criar a relação de representado e representante. Aqui estamos falando de o jogador ter um empresário, um agente ou até mesmo um assessor.
Neste momento deve-se estabelecer as “regras do jogo” e as expectativas da relação. É de extrema importância o entendimento da necessidade de ajuda e assessoria, seja ela jurídica, esportiva ou de marketing.
É de responsabilidade do representante sempre zelar e proteger os interesses do jogador.
Recentemente escutei que um jogador profissional de eSports, modalidade do Free Fire, estava recebendo um vale-refeição como salário.
Há alguns meses escutei sobre um caso em que um time de Counter Strike assinou um contrato com uma organização estrangeira sem ler as entrelinhas, o que quase compromete a carreira de todo o time.
A questão é: Quem está errado!? O clube por oferecer ou o atleta por aceitar?
Uma coisa é certa, o processo não é fácil e não é rápido. Como qualquer outra jornada de trabalho e sucesso, o caminho vai te cobrar dedicação, renúncia, sacrifício, estudo e, algo que falo muito, querer mais que os demais!
Por fim, entendam, esse novo mundo já deixou de ser apenas um joguinho há muito tempo!