O FAZER CLÍNICO NA CONTEMPORANEIDADE
Na clínica contemporânea é indispensável discutir as demandas subjetivas do sofrimento humano que por não conseguir atingir a tão desejada “felicidade”, apresenta em sua individualidade todo este mal estar social, o qual parece remeter às exigências do capitalismo, que busca cada vez mais um comportamento individualista nas relações humanas. É como se fosse possível não ser mais preciso se relacionar com o outro na dependência do afeto.
O desafeto vem tomando uma dimensão de espaço estabelecendo a necessidade do preenchimento com objetos. Por sua vez, estes, sempre são apresentados pela mídia como algo perfeito para sua necessidade de angustia.
Assim, torna-se cada vez mais distante toda essa investida no outro, parecendo canalizar o afeto da individualidade para um desejo insaciável do “corpo perfeito”. Ou do “amor idealizado”. Da “virtualidade como poder imaginário”. Da “família perfeita e sadia”; Da busca da “qualidade de vida”. De um “príncipe encantado”.
A individualidade na ontemporaneidade é possível?
Tudo isso, porém, é quase impossível diante de tantas necessidades básicas de uma população. População esta que não mais se preocupa com a alimentação, pois os fast foods facilitam as pequenas horas disponíveis de jornada de trabalho. As moradias se tornam cada dia menores. Vão limitando o sujeito a ter que adaptar-se à lugares pequenos e ainda os dividir, também, com outros familiares. Ou até mesmo se reservarem cada vez mais em seus locais individuais dos cômodos das casas.
Santos (2004) comenta a respeito da virtualidade da Internet, como algo que tenta ser preenchido pelo ser humano através da busca do individualismo. Seus diálogos à procura de companhia, ainda que não seja o contato presencial, tem tido um crescimento bastante alarmante e que vem ramificando a cada dia.
Se por um lado a contemporaneidade retratada pela virtualidade ou pela tecnologia traz uma certa quebra de identidade, por outro lado é como se fosse a relação narcísica que o outro constrói no sentido de não precisar deste outro para se relacionar ou para se completar. E assim, vem toda uma constituição de supremacia no sentido de poder dar conta dos seus desejos e de um cotidiano que forma cada vez mais uma sociedade padrão, enquadrando perfis ou padronizado-os de forma independente. Ainda que se constitua ilusoriamente e cada vez mais individualista.
Fazendo uma crítica
Cabe aqui uma crítica no sentido da função desta mídia e na força que o capitalismo tem diante da sociedade, onde segundo os autores, implica em uma identidade referenciada em enganos narcísicos, e que tendem a se perderem em horizontes ilusórios.
É assim com esta demanda de individualismo ou a procura da individualidade que o sujeito busca uma ajuda psicológica para poder dar conta da sua solidão?
Por fim, a psicanálise irá trabalhar a demanda de angústia do sujeito, que faz dele inconscientemente, um ser que sofre e que geralmente irá recordar, repetir e elaborar na psicoterapia seus conteúdos recalcados da infância.
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