A advocacia mudou e novos tempos já chegaram. Sobre isso, André Portela conta que pensar fora da caixa sempre foi prioridade. Não se preocupa com as máquinas no momento, conta que ainda não há no Brasil uma máquina capaz de substituir o advogado. Seu ponto de vista é que essas novas tecnologias vão deixar o advogado com mais tempo livre para fazer o que realmente é necessário como pensar e estudar casos diferentes para poder criar soluções.
Fundada em 2010 por André Portela, a Portela Soluções Jurídicas (PSJ) não atua em uma área específica do direito. Portela enfatiza que usa várias linhas de conhecimento do direito em seu escritório, tendo uma visão mais ampla que o comum para não ter perigo de ser comparável com outros escritórios de advocacia. É sem sombras de dúvidas um escritório de advocacia inovador.
Não existe hierarquia aparente. Começando pelas vestimentas dos advogados, dá para perceber que é um ambiente revolucionário. Segundo Portela, o dress code do escritório é aquilo que você se sente confortável. Ele explica que ao desenhar a persona do seu cliente, percebeu que são pessoas que não usam terno e gravata e não ligam se o advogado tá usando terno e gravata. Então decidiu se colocar em uma posição de igualdade para conseguir ter uma conversa mais aberta e na mesma linguagem do seu cliente. Aponta que é um fator fundamental para gerar aproximação e conexão com seu cliente.
Ao estruturar sua PSJ, percebeu que precisaria estar preparado para lidar com diversos tipos de desafios. Foi então que teve a ideia de montar um conselho com pessoas que não são ligadas ao mundo jurídico. André Portela, Murilo Gun, Edisio Pereira, Dante Freitas, Renan Hannouche e Dani Guedes pensaram juntos, dentre outros assuntos, em como transformar clientes em fãs, baseados em uma frase de Bruce Dicknson do Iron Maiden “odeio clientes, adoro fãs”. Guiados por essa máxima, desenvolveram um trabalho de inovação para o escritório.
Portela aposta que a principal transformação que ocorrerá na advocacia é uma que ele já vive: a comportamental. É uma realidade onde barreiras são quebradas, gerando mais aproximação, conexão e empatia. É um ambiente mais leve, mais descontraído, sem tanta pressão e sem tanta hierarquia, onde há uma relação muito boa com toda equipe, que trabalha na mesma mesa. Como resultado, a comunicação dentro do escritório é mais fácil, há uma maior liberdade de comunicação entre os colaboradores.
A comunicação nesse ambiente inovador é prioridade. Para quem tá começando a carreira e quer ser advogado, Portela aconselha que a primeira habilidade necessária é não adquirir o linguajar de advogado. No setor consultivo, área de atuação do escritório, é muito importante que o cliente possa entender o que o advogado está dizendo: os documentos não são feitos para os advogados e sim para os clientes. Quanto mais sintético e objetivo, melhor.
A mudança de mindset, ou visão, também é essencial para a inovação no mundo jurídico. Portela cita Rubem Alves “O que sabemos torna-se hábito de ver e de pensar que nos faz ver o novo através dos óculos do velho – e o transforma no que sempre vimos, e tudo continua do jeito como sempre foi” para explicar essa mudança de visão e conta que tá na hora de mudar essa lente para conseguirmos ver o que realmente vem pela frente, as mudanças que estão acontecendo. E com essa lente trocada, novas perspectivas podem ser traçadas não só sobre o mundo jurídico, mas também sobre a economia e nossa sociedade.
Com essa mudança de mentalidade, o advogado passa a ter outras prioridades. Em seu escritório, por exemplo, André fala que existe um foco na experiência de seu cliente. Por isso a PSJ vai além de oferecer serviços jurídicos. Oferece também, por exemplo, um clube de leitura, onde cada pessoa do grupo indica um livro para todos lerem e se reunirem para discutir sobre o livro uma vez por mês.
